Santo André segue os passos da Lusa para voltar à elite

Longe dos holofotes da grande mídia, o futebol paulista vivência um “deja vu” que passa desapercebido por todos. Seguindo o planejamento utilizado pela Portuguesa durante o final da temporada 2006 e no ano passado, o Santo André caminha a passos largos para escrever um dos principais capítulos de sua história: voltar à elite do futebol brasileiro.

Assim como a Lusa em 2006, a equipe do ABC Paulista amargou um rebaixamento para a Série A2 do Campeonato Paulista e por pouco não repetiu a dose no Brasileiro da Série B, ambos ano passado.

Se o “salvador da pátria” pelos lados do Canindé se chama Vagner Benazzi, o “messias” andreense atende pelo nome de Fahel Júnior. Auxiliar técnico de Sérgio Soares durante a segundona do ano passado, Fahel assumiu interinamente o Ramalhão após a queda de Soares, durante o segundo turno da competição nacional, em 2007.

Entretanto, aquela que deveria ser uma passagem relâmpago pelo comando do time, acabou se tornando a salvação do Santo André. Fahel Júnior somou bons resultados e livrou a equipe do fantasma da Série C.

Passado o sufoco do Brasileiro, chegou a hora de encarar a segunda divisão do Campeonato Paulista. Se espelhando no modelo adotado pela Rubro Verde, o Ramalhão manteve a base do ano anterior e reforçou o seu elenco.

Contando com um investimento bastante superior aos demais rivais, a equipe do ABC Paulista não teve problemas para garantir o acesso e assegurou o título ao bater a equipe do Oeste de Itápolis na grande final.

Entretanto, o título da Série A2 não era o suficiente para pleitear uma vaga na Série A do Campeonato Brasileiro. Seguindo os passos da Portuguesa, o Santo André teve um início desanimador, que fez com que o torcedor andreense imaginasse uma campanha semelhante à do ano passado.

Em meio a tanta pressão, o técnico Fahel Júnior foi demitido e Sérgio Soares voltou para tentar arrumar a casa andreense. Com a chegada do “novo” treinador, os resultados começaram a aparecer e o Ramalhão passou a brigar por um lugar no G4 da competição nacional.

Com uma espinha dorsal muito forte (composta pelo goleiro Neneca, o volante Fernando, os meias Marcelinho Carioca e Pará, além do atacante Márcio Mixirica) e muita disciplina tática, o Ramalhão alcançou o G4 ainda no primeiro turno, coisa que a Portuguesa só conseguiu fazer na 25a rodada da competição nacional.

Os bons resultados fora de casa, como o quatro a um em cima do Bahia, na última sexta-feira, em Feira de Santana, e o aproveitamento satisfatório no Estádio Bruno José Daniel colocam o Santo André como um dos principais favoritos ao acesso, 25 anos após a primeira e única participação da equipe andreense na elite do futebol nacional.