sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Quem paga o preço da Arena?



Cada vez mais próximo da Copa de 2014, a construção de novos estádios, ou arenas multi-uso, é o assunto que surge em todas as mesas redondas sobre futebol nesse país. Mesclando a vontade de modernizar, com o sonho de receber jogos do Mundial, vários clubes lançaram projetos mirabolantes, mas que, salvo algumas exceções , não passam de mera utopia.

Em meio a este cenário, os clubes brasileiros deveriam olhar como os times europeus reagiram à construção de suas novas casas. Entre os principais clubes da Europa, dois deles chamam mais a atenção. Proprietários de dois dos melhores estádios do Velho Continente, Porto e Arsenal viveram tempos de "vacas magras" nos anos seguintes à conclusão da obra.

Um dos poucos estádios considerados cinco estrelas pela Uefa, o Estádio do Dragão foi construído no final de 2003 para a disputa da Eurocopa, e custou quase 300 milhões de euros aos cofres portistas. Entrentato, a nova casa tripeira trouxe sorte e, na mesma temporada, o Porto conquistou a Champions League. Além do prestígio e o grande prêmio pago pela UEFA, o triunfo do clube luso facilitou a venda de vários jogadores nos anos seguintes.

Para se ter idéia, logo após o final da Champions, os Dragões venderam suas três principais peças. O meia Deco saiu para o Barcelona por 20 milhões mais o passe do português Quaresma, vendido recentemente para a Inter de Milão por 30 milhões de euros. Além dele, o zagueiro Ricardo Carvalho e o lateral Paulo Ferreira foram vendidos ao Chelsea por mais de 40 milhões de euros.

Três temporadas depois, o Porto negociou o zagueiro Pepe com o Real Madrid, por 30 milhões de euros. Entretanto, engana-se quem pensa que os "triperos" utilizaram este dinheiro para fortalecer o seu elenco. Quase toda a grana foi usada para pagar a construção do estádio. Neste períodos, as três maiores contratações do Porto (Diego, Luis Fabiano e Lucho Gonzalez) não passaram de 10 milhões de euros.

O resultado da queda de investimento pode ser percebida quando o clube português disputa a Champions League. Desde que consquistou o torneio, o Porto não sabe o que é passar da segunda fase da competição. Em contra partida, o clube segue reinando em Portugal, onde é o atual tri-campeão nacional.

Já o Arsenal, com a construção do Emirates Stadium, em 2006, passou a investir na formação de novos valores. O clube londrino tem uma das menores médias de idade entre os clubes europeus.
Apostando em jovens atletas oriundos de diversos países, os "Gunners" observam o surgimento de craques como Fabregas, que ganhou status de principal estrela do time após a saída de Henry para o Barcelona, ano passado, por 30 milhões de Euros.Entretanto, o alvirubro de Londres não conquista o Campeonato Inglês desde 2004 e vê seus rivais Manchester United e Chelsea se distanciarem na luta pelos principais títulos.

Enquanto alguns clubes pensam em novas arenas, gigantes do futebol mundial como Barcelona, Real Madrid e Manchester United têm planos diferentes. Ao invés de sonharem com um novo lar, eles realizam reformas constantes em seus estádios, que, apesar de já estarem "velhinhos", seguem entre os principais palcos do planeta bola.


2 comentários:

Marina Uezima disse...

O Palmeiras vai começar a construir sua nova arena, além do Estádio do Morumbi também estar se modernizando para se adequar as normas da FIFA para a Copa de 2014.
No papel é tudo bonito, mas vamos ver na prática.

Unknown disse...

Por acaso este texto significa que é melhor ter um sobradinho bem arrumando na zona leste e ainda ter dinheiro pra pagar as contas no final do mês do que ter uma super cobertura nos Jardins mas não ter nada nem pra molhar o bico??? Rs

Apesar de tudo, eu sou a favor de demolições em estádios, como o Morumbi... Podem modificá-lo à vontade, porém certos problemas nunca terão fim. Com certeza, o que falta é um plano de negócios dos clubes.